Hugo é o título de um filme, baseado
num livro do mesmo nome. O filme honra a
história do cinema e da vida de Gerges Mélierès. Recebeu cinco prêmios Oscar e três prêmios Globo de
Ouro. Ao rever as cenas desse filme e
escutar as palavras e ditados do personagem
principal - Hugo Cabret - me transporto à infância e relembro os mais belos contos infantis. Cada um de nós
é um: você, eu e todos! Como seres humanos, somos únicos, singulares e
irrepetíveis!
Compartilhamos a mesma nave
intergaláctica, a Gaia – o planeta Terra. Muitas vezes parece que muitos nos temos
esquecido de dar manutenção e prover de energía
a nossa nave… para que possa fluir. O que nos une de fato é estar fazendo uma viagem coletiva. O
que nos separa é o individualismo, a falta de sentido, a incapacidade de nos perceber
como um grande sistema, a crise que
muitas vezes nos impede de nos perceber como um pequeño grão de areia, necessário para que exista uma praia bordeada
por um lindo mar onde se reflita o sol.
Enfim, um grão de areia que faz parte de um grande, imenso sistema
maior que a todos contém. Você, eu e
todos os demais fazendo parte de grandes
sistemas que, por sua vez, formam outros
grandes sistemas, parafraseando o mestre Humberto Maturana.
“Somos um pequeno grão de areia” como nos mostra Hugo no seu filme do
mesmo nome.
O que isso nos acrescenta? “eu sei porque estou aquí, sei que sou uma parte importante deste sistema, sei que estou aquí e que tenho uma missão a cumprir… sei que faço parte de vários outros sistemas…” Isto causou espanto a sua amiga no filme, que lhe diz: “eu não tenho idéia do por quê estou aquí… deverei investigar o porque” a amiga o diz com um misto de curiosidade infantil e alegría. Para Hugo é um desafio, que aos seus olhos parece ser o melhor que lhe pode acontecer a qualquer pessoa: começar a descobrir que cada um tem uma missão a cumprir, o que não é trivial.
Somos todos diferentes, distintos, e isto é fantástico! Aprendemos todos os días, mesmo quando tropeçamos mil vezes na mesma pedra e não conseguimos mudar… até conseguirmos enxergar a mudança. Tentemos imaginar um mundo de seres iguais, todos iguais, sem aprendizagem possivel! Neste mundo, se perdería a brincadeira, a diversão, a criatividade, as converasações, as ciências, os descobrimentos… Seria o reinado do aborrecimento, do “mais do mesmo”, do monótono, parecido com as personagens do “dia da marmota” (filme que recria o mito de Sísifo, do ensaio de A. Camus, que inicia com a frase de Píndaro: Não te esforces, alma minha, por uma vida imortal, porém esgota o ámbito do possível… todos os días seriam iguais, e nós seriamos sempre os mesmos num mundo congelado, sem idade, sem aprendizagem, sem mudança, sem descobrimento de algo novo… todos iguais a todos os demais…
Quando é o dia da Terra e todos os días de Gaia me pergunto e lhe
pergunto: que é o que eu faço, o que você faz, o que fazem todos para que ela – a Terra
- que nos carrega nesta viagem intergaláctica - esteja melhor, prospere e
perdure para todas as gerações? Para que possa fluir…
Tenho uma crença! Desde a primeira vez que fiz uma viagem de avião,
aos vinte anos, e escutei a orientação sobre o uso das máscaras de oxigênio – me lembrou o mandato bíblico judeu-cristão “ama
a teu próximo como a ti mesmo”- fiquei
com a convicção de que, o mais importante - caso o uso das máscaras de oxigênio seja
necessário - é que primeiro coloquemos a máscara em nós mesmos, para depois ajudar a
outros a usá-la! Isto é, primeiro há que
cuidar de si mesmo, para depois poder cuidar
dos outros. Assim, surge uma cadeia de ajuda
mútua e de aprendizagem coletiva.
Minha crença, então, é que devemos estar bem com nos mesmos para poder ajudar o planeta a estar melhor. Porém, para estar bem consigo mesmo há que se
conhecer e - como Hugo assinala no filme - saber para que estamos neste planeta, nesta
familia, neste bairro, nesta cidade, neste trabalho, neste clube, na companhia destes amigos, com estes nossos talentos e com o nosso potencial que é
único e irrepetível!
Sei que, nem sempre é fácil saber
para que estamos onde estamos. Isso nos acontece
a todos.
Sei também que, muitas vezes, não aparece a oportunidade de se encontrar
consigo mesmo, posto que, com frequência, fazemos o que outros esperam ou
querem de nós e queremos agradá-los…
Sei que, muitas vezes, ficamos influenciados pelo que nossos pais querem de nós, pelo que a sociedade espera ou valoriza, fazemos muitas vezes o que não desejamos para sermos aceitos, e isso não nos permite nos enxergar… A muitos de nós nos acontecem essas coisas…
Ficamos desfocados, distraídos! Quem sabe com que prioridades, com
prioridades que nem sabemos ao certo de quem são…
Despertar é um desafio de todos os dias, assim como descobrir e saberpara que estamos onde estamos!
Ser donos de nós mesmos, arquiterar o nosso próprio destino, como nos
revela Covey no livro dos Sete Hábitos , é a meta a ser perseguida. Conhecer-nos e saber qual é o nosso
potencial, nossos talentos, é a jornada
Nota:
Ser a gente mesma – GAIA – Hugo, meu amigo: qual a relação entre esas três
palavras? Hoje, 22 de abril, é o dia da
terra – GAIA – com todas as suas
implicações. Gaia também é uma revista espanhola
de ecología.
Hugo é meu padrinho, de quem hoje tenho tantas saudades como do meu pai Alfredo, ambos meus mestres de
vida, integridade e respeito pela mãe terra – Pachamama – e o seu delicado equilibrio.
Lee este post en español: http://crisoneto.blogspot.com.ar/2012/04/ser-uno-mismo-gaia-hugo.html
Lee este post en español: http://crisoneto.blogspot.com.ar/2012/04/ser-uno-mismo-gaia-hugo.html